- 21 de Fevereiro, 2023
- Publicado por: Daily Spin
- Categoria: Economia

O atual contexto macroeconómico, não só para a zona euro mas também para o resto do mundo, caracteriza-se por um ambiente de incerteza e pela permanência de riscos e desafios acrescidos, os quais serão impactantes em termos do crescimento futuro das economias.
Com efeito, aos constrangimentos logísticos e operacionais derivados da pandemia juntaram-se agora os impactos decorrentes da guerra da Ucrânia, com o aumento dos custos da energia e consequente efeito na taxa de inflação.
A necessária resposta do Banco Central Europeu (BCE) ao aumento dos preços, por seu turno, por via do aumento das taxas de juro de referência, já conduziu e conduzirá inevitavelmente a um arrefecimento da economia da zona euro e a uma diminuição do consumo interno, com efeitos negativos sobre as expetativas dos agentes económicos.
Como tal, a previsão de curto prazo do BCE aponta para um crescimento débil da zona euro no corrente ano, estimado em 0,5%.
Quanto à taxa de inflação, é igualmente estimado que, também para a zona euro, no final do corrente ano esta se situe ainda em 6,3%, diminuindo para 3,4% em 2024.
Para 2024 e anos subsequentes tudo aponta para que a economia europeia retome uma tendência de lento crescimento já observada no período pré – pandemia (estimativa de 1,9% e 1,8% em 2024 e 2025), pese embora o maior controlo e estabilização da taxa de inflação.
Concorrem para essa previsão vários fatores: i) a possível permanência de tensões na arquitetura da zona euro, com algumas das suas economias a registarem um menor potencial de crescimento, ii) a incerteza quanto à manutenção de custos energéticos elevados, iii) uma menor procura externa mundial, em que se incluem os impactos decorrentes do comportamento menos favorável da economia da República Popular da China, mas também da crescente tendência para a introdução de políticas protecionistas por parte dos diferentes blocos económicos.
Esta evolução traduz-se assim em novos desafios para as empresas e organizações, tornando-se agora mais urgente adotar medidas que conduzam a uma otimização dos recursos internos, do modelo operacional e dos métodos do trabalho que possam traduzir-se em ganhos de produtividade, nomeadamente, entre outras:
- Foco acrescido no Core Business da organização;
- Retenção de recursos humanos que detêm o talento e as competências-chave para o sucesso da organização;
- Reforço das competências tecnológicas e digitais que possam assegurar uma maior eficiência das operações.
Neste sentido, o recurso ao outsourcing e à externalização de processos, total ou parcial, pode revelar-se positivo, porquanto a organização estará a incorporar tecnologias, inovação e talento que serão aportadas pelo novo parceiro de negócios e que dificilmente poderiam ser obtidas a curto e médio prazo, de forma eficiente, através dos seus próprios recursos.
Acresce que com o envelhecimento da população ativa nas economias ocidentais e a consequente diminuição da força de trabalho, a que se junta uma maior complexidade atual das relações laborais e do seu enquadramento legal e jurídico, os processos de recrutamento e de seleção de recursos humanos tendem a revestir-se de dificuldades acrescidas, nomeadamente no que se refere aos custos de contratação e retenção, situação que é ultrapassada no momento em que a organização decide externalizar determinados processos.
Finalmente, refira-se que a opção pelo outsourcing será sempre uma decisão de natureza flexível, porquanto permite à organização ajustar o seu modelo operacional à conjuntura económica de curto e médio prazo.
Em Resumo –
A existência de riscos e incertezas é uma das características da economia atual, os quais estão dependentes de fatores externos de difícil previsão, mas que tudo apontam terão impactos significativos a longo prazo.
De forma a obviar a esses riscos e incertezas as organizações deverão rever os seus modelos operacionais de forma a identificar ganhos sustentáveis de produtividade.
Para o efeito, a opção pelo recurso à externalização de processos surge como uma das medidas a ser equacionada pelas empresas e organizações.